Ainda este blogue estava a acabar de nascer, já o NM, do Núcleo Duro de Farmácia, abria as hostilidades com uma poderosa agenda de temas suculentos (que também já foram alvo de acesa troca de ideias no Núcleo Duro). Por uma questão de organização do debate, comecemos pelo ponto 1:
1. Modelo funcional da farmácia comunitária: mudança da centralidade do paradigma: do produto para o serviço.
...sobre o qual deixo naturalmente a minha opinião (pessoal), que em tempos também coloquei no Núcleo Duro:
A Farmácia do futuro inevitavelmente venderá mais serviços que produtos. Aliás, será a qualidade dos serviços que determinará o sucesso comercial de qualquer farmácia, pois em relação aos produtos as diferenças são praticamente nulas.
Esta questão remete-nos para uma outra bastante mais estimulante: deverá a farmácia comunitária portuguesa evoluir para uma situação de pagamento por acto farmacêutico? Na minha opinião, e falando apenas no campo teórico, esta é uma opção sedutora, pois enobrece o acto da dispensa em detrimento do produto vendido. Funcionando desta forma, as farmácias seriam pagas pelo serviço e não pelo produto. No entanto, há aqui importantes questões técnicas cuja resolução poderia não ser simples (quem suportaria os custos logísticos, de armazenagem e distribuição e de que forma é que estes seriam facturados?). Penso que a OF deveria estudar seriamente (e em colaboração com a ANF) esta questão. Nunca a discussão poderá chegar ao Ministério da Saúde ou ao Infarmed sem os farmacêuticos terem as ideias devidamente organizadas sobre esta matéria. A OF e a ANF deveriam desenvolver os maiores esforços para tornar esta possibilidade exequível. O pagamento por acto farmacêutico acabaria com muitos dos argumentos que se têm ouvido nos últimos tempos e seria uma boa forma de afirmação dos farmacêuticos. Independentemente desta questão, a mudança da centralidade do paradigma na direcção dos serviços deve ser um objectivo do próximo Bastonário. As farmácias devem deixar de vez os brinquedos, corta-unhas, cãezinhos de porcelana e sei lá mais o quê e centrarem a sua actividade nos programas de cuidados farmacêuticos e no acto de cedência de medicamentos. Esta é uma evolução que não se fará pacificamente, mas é absolutamente inevitável. Sob pena de no futuro passar-mos todos a ser técnicos de farmácia licenciados.
segunda-feira, 28 de maio de 2007
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