quarta-feira, 30 de maio de 2007

A revalidação da carteira profissional

Texto do Dr. Joaquim Fausto, membro da lista candidata à Direcção Nacional (Lista A):

Revalidação da carteira profissional

A sociedade em que vivemos caracteriza-se pela intensa competição que os diversos actores estabeleceram entre si. As necessidades da população, o seu nível de informação, a procura do desenvolvimento económico e a evolução do sistema de ensino esbateram fronteiras e criaram zonas de sobreposição dos espaços próprios de cada área de intervenção, pelo que a estabilidade que anteriormente cada profissão usufruía foi posta em causa.

Neste ambiente competitivo, uma profissão sobressai de duas formas:

-Pela transcendência da sua actuação.

-Pelo valor que cria para a sua intervenção.

Acreditamos que a profissão farmacêutica se enquadra no grupo da segunda forma.

Para que tal aconteça, a profissão necessita que uma robusta formação de base dê acesso à profissão (daí o processo de acreditação das licenciaturas e de exame de acesso à Ordem) e de uma evolução contínua que a projecte para o futuro e lhe garanta o espaço e a importância que queremos.

O processo de revalidação é como tal, um processo inovador e estratégico par a profissão.

É um processo estratégico por várias ordens de razões:

Em primeiro lugar, porque ‘nos empurra’ para cima. Tem um efeito ‘push’ ao nível da qualificação pós-graduada, não deixando tal desígnio condicionar-se por factores de natureza individual.

Em segundo lugar, porque nos ‘empurra’ para fora. Transmitimos a imagem de uma profissão quer evoluir, que quer marcar o futuro e que devem contar com ela.

Por último, mas não menos importante, garantimos equidade. Os membros devem ter as mesmas oportunidades para evoluir e um processo como o da revalidação da carteira profissional garante que os diversos parceiros se alinham e criem essas oportunidades. Particular relevância para a abertura das entidades empregadoras à formação dos farmacêuticos que têm aos seu serviço.

O processo em curso é complexo, mas começou bem. Os indicadores dos dois primeiros grupos são muitos positivos e demonstram que o formato desenvolvido possui as características correctas.

Em primeiro lugar, é um processo inclusivo. A intenção foi a de permitir que todas as áreas da profissão farmacêutica pudessem revalidar a sua carteira profissional. As actividades referenciadas e a relação de medida para creditação parecem-nos as correctas, privilegiando a pratica corrente da maioria dos colegas e procurando estimular a participação inicial no processo novo, onde naturais resistências sempre se erguem.

Em segundo lugar, é um processo adulto, que conta com a transparência e a idoneidade profissional dos farmacêuticos e em que auditorias pedagógicas serão efectuadas em devido tempo.

Por último, é um processo simples em que o membro apenas tem que registar as actividades que faz para evoluir na sua actividade.

Temos a noção que o processo tem que evoluir.

Precisamos de comunicar melhor. As questões que os membros nos têm colocado apontam para dúvidas processuais que uma melhor informação facilmente resolverá.

Após uma avaliação cuidada, necessitamos solucionar os casos de determinadas franjas de farmacêuticos, que pela sua idade ou pela sua saúde se apresentam mais complexos. As propostas serão apresentadas aos membros, para que sejam devida e serenamente discutidas e integradas nos regulamentos respectivos.

Na área da formação teremos que efectuar a transição da creditação de iniciativas para a acreditação de instituições de formação, pela credibilidade do processo e pela eficiência que gera na gestão do processo.

Finalmente, o CQA atingirá a sua maioridade, já que pela primeira vez não integrará um membro da Direcção como aconteceu na fase de lançamento. Estamos convictos que será um voto de confiança e de responsabilidade a um órgão estatutário, de nomeação pelo Bastonário, com o qual o processo ganhará um novo élan.

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